Transtorno bipolar II | |
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Representação gráfica do transtorno bipolar I, bipolar II and ciclotimia | |
Especialidade | psiquiatria |
Classificação e recursos externos | |
CID-11 | 6A61 |
CID-10 | F31.81 |
CID-9 | 296.89 |
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A perturbação bipolar II ou transtorno bipolar II é um transtorno do espectro bipolar (ver também: Transtorno bipolar I) caracterizado por pelo menos um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo maior.[1][2][3][4] O diagnóstico do transtorno bipolar II requer que o indivíduo nunca tenha sofrido um episódio maníaco completo.[5] Caso contrário, transtorno bipolar I deve ser o diagnóstico dado.[2]
A hipomania é um estado persistente de humor elevado ou irritável que é menos grave do que a mania, mas ainda pode afetar significativamente a qualidade de vida e resultar em consequências permanentes, incluindo neuroprogressão, inflamação crónica, problemas socioeconómicos resultantes de gastos imprudentes, relacionamentos conflituosos e mau julgamento.[6] Ao contrário da mania, a hipomania não está associada à psicose.[1] Os episódios hipomaníacos associados ao transtorno bipolar II devem durar pelo menos quatro dias. Commumente, os episódios depressivos são mais frequentes e mais intensos do que os episódios hipomaníacos.[2][7] Além disso, quando comparado ao transtorno bipolar I, o tipo II apresenta episódios depressivos mais frequentes e intervalos de bem-estar mais curtos.[2][8] O curso do transtorno bipolar II é mais crónico e consiste num ciclo mais frequente do que o curso do transtorno bipolar I.[1][2] Finalmente, o transtorno bipolar II está associado a um maior risco de pensamentos e comportamentos suicidas do que o bipolar I ou a depressão unipolar.[1][9] Embora o transtorno bipolar II seja percebido como uma forma menos grave do tipo I, esse não é o caso. Os tipos I e II são igualmente severos.[1][10]
O transtorno bipolar II é notoriamente difícil de diagnosticar. Os pacientes geralmente procuram ajuda quando estão num estado depressivo ou quando os seus episódios hipomaníacos manifestam sintomas indesejados, como altos níveis de ansiedade ou a aparente incapacidade de se concentrar nas tarefas. Como muitos dos sintomas da hipomania são frequentemente confundidos com comportamento de alto funcionamento ou simplesmente atribuídos à personalidade, os pacientes normalmente não estão cientes dos seus sintomas. Além disso, muitas pessoas que sofrem do transtorno bipolar II têm períodos de afeto normal. Como resultado, quando os pacientes procuram ajuda, muitas vezes não conseguem fornecer ao seu médico todas as informações necessárias para uma avaliação precisa; esses indivíduos são frequentemente são diagnosticados com depressão unipolar.[1][2][9] De todos os indivíduos inicialmente diagnosticados com transtorno depressivo maior, entre 40% a 50% serão posteriormente diagnosticados com TB-I ou TB-II.[1] Transtornos de abuso de substâncias (que apresentam alta co-morbidade com o TB-II) e períodos de depressão mista também podem dificultar a identificação precisa do transtorno.[2] Apesar das dificuldades, é importante que os indivíduos com TB-II sejam avaliados corretamente para que possam receber o tratamento adequado.[2] O uso de antidepressivos, na ausência de estabilizadores de humor, está correlacionado com o agravamento dos sintomas do TB-II.[1]