O Tratado de Rapallo foi um tratado entre o Reino da Itália e o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (renomeado como Iugoslávia em 1929), assinado para resolver a disputa sobre alguns territórios do antigo litoral austríaco no mar Adriático norte e da Dalmácia.
O tratado foi assinado em 12 de novembro de 1920[1] em Rapallo, perto de Gênova, Itália. A assinatura foi precedida por negociações ítalo-iugoslavas em Villa Spinola, lideradas principalmente por Ivanoe Bonomi e Francesco Salata.[2]
A tensão entre a Itália e a Iugoslávia surgiu ao final da I Guerra Mundial, quando o Império Austro-húngaro foi dissolvido e a Itália conquistou os territórios que lhe foram conferidas em segredo pelo Pacto de Londres de 1915. De acordo com o pacto, assinado na cidade de Londres em 26 de abril de 1915 pelo Reino da Itália e a Tríplice Entente; em caso de vitória no final da Primeira Guerra Mundial, a Itália obteria várias conquistas territoriais, incluindo o antigo Litoral Austríaco, Norte da Dalmácia e, notavelmente, Zadar (Zara), Šibenik (Sebenico), e a maioria das ilhas da Dalmácia (exceto Krk e Rab).
Estes territórios tinham uma população etnicamente mista, com Eslovenos e Croatas a compor mais da metade da população da região. O pacto, portanto, foi anulado com o Tratado de Versalhes, sob pressão do Presidente Woodrow Wilson, nulificando as reivindicações italianas no Norte da Dalmácia. O objectivo do Tratado de Rapallo, foi encontrar um compromisso político seguindo o vazio político criado pela não aplicação do pacto de Londres de 1915.